6 de janeiro de 2013

turva, foi assim que eu vi a água descer enquanto escutava o som da sua voz, meio embargada também, todo o sal do mar estava ali na minha boca, nos meus olhos, e a água só descendo, nem aí pra gente, e você me falando as coisas mais simples e bobas e eu achando tudo muito lindo, nada me faltando - o que fazia chão para toda a falta -, nada me faltando além do sorrisinho também simples e bobo, os olhos e a boca duros de sal, mas o ouvido, a escuta, este demônio, corria solto e caía tão líquido que escutei o som da sua voz dizendo assim: você não volta mais pra lá? quando sua voz real, sua, não-minha, dizia: você não volta mais pra cá? e eu só sorrindo, tudo muito lindo, respondi assim: volto. não sei se venho, mas voltar, voltar eu volto sempre.