30 de outubro de 2012

me enrijeci para ser imagem-semelhante de um obscurantismo que desconhecia. conheci e ainda desconheço; tão próximo estive da morte que me fiz pedra. pedrei, perdi meu perdão: Pedro quem me faz desobscuro. tão desconhecido eu próximo da morte - que rima pobremente com sorte, veja lá por quais corpos a língua percorre -, tão próximo do que fui conhecido, que corpo me enrijeci, como feto duro que ficou ali, sendo pedra na barriga de outra pedra. tão desconhecido estava eu da sorte que me fiz perda, Pedro a barriga de quem se fez perda. dei luz a uma bela semelhança que chamo de Pedro e que agora se perdeu no obscuro conhecido do útero que não tenho, feto morto que não nasceu além da lucidez.