18 de agosto de 2013

(o único sofrimento honesto é aquele de se saber só. não tem promessa de família, amizade ou amor que valha. solidão traz à boca a fragilidade e o absurdo que é a vida. na ânsia de companhia, qualquer situação serve. e é bem assim mesmo: se começar qualquer prosinha boba na fila do banco, já nos unimos na descrença, na desgraça, íntimos ad eternum. fomos e estamos e estaremos sozinhos. a conversa só serviu de aro e sabão: fomos nós quem sopramos a nossa própria bolha. criar laços quando não há corda, união mais garantida do aniquilamento da memória. sem rosto. sem ética. não existe tempo na virtualidade: há nostalgia de esquecimento. mas do quê? de quem?)