12 de agosto de 2014

já se pode dizer em palavras redondas ou corpos oblíquos que entre o que era e o que é resta um silêncio legível. não se conta com urgência ou sequer pressa em romper o silenciado. mas, antes, conforto de sedução e rodeio já gastos, sem angústia alguma para dar o tom hipotético de amor. já localizado, quando posto, em circunstância propícia - esta avaliada em jogos espirituosos e risos educados e constrangimentos fisgados do nosso desejo -, este mesmo silêncio pedirá licença, tão bem autorizado pelas nossas relutâncias e tortuosidades, este mesmo silêncio dirá, no que seus recursos de expressividade alcançarem: houve, homem, houve outro.