16 de abril de 2015

lembro de, quando estávamos sentados na areia, com a esperança de encontrar algo entre meus olhos e o mar, pensei no descanso que era estarmos ali, tão desobrigados dos compromissos comuns. você já havia terminado seu dia, eu já havia terminado meu dia, tínhamos acabado de comer qualquer coisa. naquele fim de tarde, ficamos em presença um do outro, como já havíamos ficado a testemunhar desde sempre luz bonita de sol caindo. sem palavras. uma missa acontecia perto, missa cantada que cantava melancolias, ao movimento das ondas. forcei uma compreensão para aquele descanso. você riu do meu rosto de criança pensando. avaliando em certo tom de azul o que estávamos fazendo naquela praia de mutismo, concluí desistindo que era vida, então. ali, sentados na areia, encontrei algo para preencher esse acontecimento entre meus olhos e o mar: estava vivendo: vivendo vida, desde sempre.