6 de agosto de 2013

louvado sejas tu, ó homem que houve, que, ao viajares do norte ao sul a buscar palavras, ao andares por terras estranhas e descobrires tua pátria dentro, ao buscares nos traços da memória um nome que te seja próprio, ao desceres aos mares e te amigares dos peixes mais aberrantes, ao leres nos livros de ciência o conhecimento mais cerebral da humanidade, ao falares dos teus poucos pecados e te rir dos próprios desejos contados numa cartografia torta de desafetos, ao comeres a comida costumeira que tanto te apraz e que te ressuscita a língua, fazes das tripas, tripas, do coração, coração, da cabeça, cabeça, da perna, perna, do sexo, sexo, do mundo, mundo, de ti, lei.