15 de dezembro de 2013

está o estrangeiro furioso por não ver humanidade em rosto alheio que não consiga reconhecer a si mesmo seja em olhar seja em fala e se ri louco dos paraísos tristes que vê pela janela ao se encaminhar a um local de passados e margens mal delineadas de memória declarando que

pedra alguma é suficiente para se dizer eterna por mais atemporal e perene que a dança molecular faça a solidez restando à pedra ser somente pedra e pedra em seu espaço de pedricidade ou animal algum atende ao chamado que lhe é dirigido apenas por hábito mas por evocações superiores de designador que lhe serviu de batismo se existencial ou essencial cabe a quem o chame resolver ou homem algum se diz falante autorizado sem mortificar a própria história

reflexão alguma vale as certezas centrais de sua vida por mais bem construídos que sejam os argumentos não há deslocamento quando se trata de crendice articulada nas firmes premissas de que harmonia não é calmaria reconhecimento não é aceitação passagem não é transição esquiva não é recusa e júbilo ao se repetir em suas máximas até que todas sejam uma só ato não é fato ato não é fato ato não é fato

elevadores filas assentos espelhos utensílios e esquecimentos cotidianos não são alteridades dignas de serem consideradas como tal e dignas é tomado aqui como conduta moral de se elevar o outro a mesma condição de si mas que elevadores filas assentos espelhos utensílios e esquecimentos cotidianos são planos quaisquer imanências duplas captação e apreensão da mesma percepção genuína que o configura como profano e santo e portanto sexuado e descontínuo.