25 de março de 2014

sua vez em voga, véspera de qualquer fala que decifre os árduos raciocínios frente aos íntimos afetos, o homem-houvido posiciona corpo e argumento para se demorar em suas reflexões anti-circulares, sofrendo da retórica mais refinada que o jargão de seu domínio lhe permite. a esperar por um olho que brilhe em sua revista dos sentidos que produz por palavras e impressões sensíveis. transcorre digressões atestadas pelo ou que denomina de controle experimental ou ao deus da intuição imediata do mundo. em seus deslizes espinhais, ajusta os ombros, rearranja os pulmões, aloja os rubores entre o nariz e as orelhas. constrange-se ao ser elogiado por seus dotes seminaristas. contrange-se ao ser criticado por sua objetividade científica frente ao mais desalinhado caos. cede e derrama em gotas suas pequenas desesperanças sobre as relações - diz que está apaixonado por uma imagem ilusória de si e dos outros -, aguardando contra-ataque e bom amparo. rio como quem se resguarda por saber que sou também outra estátua de sal, mas em possibilidade. marco meu destino: olho para trás: decido que não, apenas não, mas vacilante: não.